terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Atrevimento de poema

Fui convidada por meu amigo Robson Freire do blog #Caldeirãodeideias que, convidado por Tatiane do blog #Tatianoavida estão movimentando as redes convidando amigos para contribuir com o II Sarau na Rede.

Compreendo que o II Sarau na Rede é o que podemos definir como a prática de Coaprendizagem em redes digitais. Cada um ao seu estilo de aprender desenvolve o que mais gosta, sem mimimi, sem pudores. É você desnudo. Talvez por isso a nossa timidez domine ao ponto de não desejar usar o potencial que temos....

Conforme informações do blog da Tatiane o evento acontecerá sob os seguintes critérios:
II Sarau na Rede
Data: 23/12/2017
Proposta: gravar um vídeo com um texto (literário ou não. É livre!) para presentearmo-nos no Natal, independente de crença ou religião.
Como publicar: divulgar no Facebook e em todas as redes que desejar com a hashtag #saraunarede . É importante colocar no YouTube e divulgar o link também porque, com ele, podemos sempre recuperar aquilo que se perde no infinito das redes sociais quando o tempo passa.
Quem pode participar: TODOS que são amantes dos bons textos ou que querem descobrir este mundo.
O que você precisa: um celular, ou câmera, para filmar e um texto. Não é preciso edição, maquiagem(mas, eu amo e uso kkk).Contudo, o importante é compartilhar o pouco do que sabemos e da alegria que temos, quando nos maravilhamos com o que lemos.
Então.... Vamos lá?

Contexto do vídeo:

Aos 14 anos escrevi este POEMA que eu caracterizei como: 'ATREVIMENTO DE POEMA"... O tempo passou e nunca imaginei que um dia recitaria publicamente. Pode não parecer, mas eu era muito travadinha/ tímida mesmo, para expor algo e vivia no meu mundo particular. Não incomodava nem gostava de ser incomodada. Ironia? Não. Situações me fizeram mudar, transformar, ousar, gritar, mudar o tom da voz e me tornar viva. Tenho sempre a impressão que estava morta e não sabia. Acreditava que, " o silêncio era o grito mais forte da alma"(Frase de vó, transmitida de geração à geração). Eu acreditava que, se resignar a dor e ao silêncio poderia me libertar de algumas situações desagradáveis e, em especial, da dor que me silenciava e me alimentava por traumas que eu não sabia, aos 17 anos, como superar, como definir, como explicar a alguém, como me desvincular dessa tortura que me transformava dia a dia, intimamente. Mas o tempo, a maturidade e até mesmo o sofrimento com a realidade da impunidade que acontece gratuitamente no interior do estado de Pernambuco, mas que somente o sexo feminino e gêneros afins aprende a conhecer a partir do momento que abre os olhos para a maldade que nos cerca, assim como as decepções, me fizeram esbravejar; de tal forma que, me tornei "tagarela" para muitas situações(vou falar e denunciar qualquer forma de maldade até ser ouvida, sim!). Para quem me conheceu anteriormente, pergunta: cadê aquela menina calada? Deveriam perguntar: Cadê aquela menina silenciada? Cadê aquela menina que suportava tudo, chorosa, assustada e resignada ao sofrimento como se tudo fosse normal, e com pensamentos diários que não valia a pena viver. A menina que cresceu desafiando a própria vida, mas com uma proteção divina e de espíritos do bem, mentores amados e cuidadosos que ninguém pode imaginar, mas eu podia/posso sentir e saber. É, talvez tenha me tornado para alguns "insuportável", "atrevida", "falante demais", "metida a estudiosa", "amostrada", e o que mais convier, etc. Para quem me conheceu como sou hoje, intensifica essa "certeza", mas, eu não estou preocupada, nunca estarei, para as deduções ou apontamentos. Ninguém nunca quis usar os meus sapatos para saber onde doeu, apertou ou machucou. O que pensam ou acham sobre mim, não é problema meu. A maturidade me fez silenciar novamente, dessa vez, para observar mais e flechar o alvo com mais apropriação. A menina de antes, não cometeu suicídio, apenas desencarnou quando foi para outra esfera e voltou mais lapidada. Esta sou eu, desnuda!

Sobre o #Saraunarede....
Foram várias tentativas de gravações para chegar ao produto, afinal, se tem um motivo que me levou a correr do teatro foram as câmeras .Gostava do teatro ao vivo, me soltava pra interpretar, dançar e ousar como qualquer adolescente que queria ganhar o mundo, mas o desejo era que o registro ficasse apenas na memória. Nada além.

Enfim, eu sempre corri das gravações e preferia o anonimato. O problema não era tremer e me sentir dentro de uma caixa manipulada na base, eu simplesmente me achava feia, sem graça, desolada... E diante das câmeras, muito mais. Hoje eu tenho superado pelas necessidades didático-pedagógicas na profissão.

Este poema foi escrito no interior, - Aliança-PE, cidadezinha pequena onde moramos, da infância até o dia do nosso casamento (Eu, aos 19, e ele(Adelson), aos 24 anos). O poema nunca foi enviado como planejado. Aliás, escondia como se fosse um dos maiores tesouros. Assim, se fez o silêncio e o segredo que só cabia a mim. Mas, na virada do ano de 1993/1994 sempre tem as "surpresas" e os "perdões" para aqueles assuntos mal resolvidos, interpretações erradas, etc... No clima entre Natal e Ano Novo, o coração amolece pelo clima na cidadezinha do interior, e a voz que não pode sair do coração, já que não fala, toma posse da razão. Nosso cérebro transita e a boca fala o que o coração está cheio... Foi assim que reatamos o namoro após 6 meses distantes. No período, escutei tudo que gostaria e colocamos um ponto final com risadas. Será que começamos amadurecer aqui e não sabíamos? Eis, a dúvida!
Bom, dois anos após reatar o namoro, sempre desconfiada, não o deixei convencido do que eu sentia e o que escrevia sobre nós. Continuei silenciosa e na energia do dia do noivado,(aos 16 anos) ,resolvi presenteá-lo com a escrita do diário. Quando ele leu, caiu aquele cisco nos olhos do Sargento... Enfim... Estamos juntos até hoje.

Nunca recitei para Adelson, mas... Desafio é Desafio, né?




Sobre o Município de Aliança: O município possui 38.408 habitantes, 54,11% localizados em área urbana e 45,89% em área rural. Sua área é de 272,77 km² e a densidade populacional é de 140,81 hab/km², enquanto o estado tem, em média 98,65 hab/km².(Fonte: IBGE).

A Saber: Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município é constituído de 4 distritos: Aliança, Macujé, Tupaóca e Upatininga.
Municípios limítrofesNorte: Ferreiros e Itambé; Sul: Nazaré da Mata e Tracunhaém; Leste: Condado; e Oeste: Vicência e Timbaúba.
Fonte do quadro: https://pt.wikipedia.org/wiki/Alian%C3%A7a_(Pernambuco)

 Igreja Nossa Senhora das Dores
(Aqui foi realizado o nosso casamento em 20/07/1996)
Aliança-PE.