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Indagação de Freire se estivesse vivo, penso que seria:
Como? Profissional com "Notório Saber?" |
(Proposta temática ganhadora)
"E agora José?"(Drummond)
*Atividade colaborativa invertida
O
Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005/2014, como sabemos, é um
instrumento de planejamento do nosso Estado democrático de direito que orienta
a execução e o aprimoramento de políticas públicas do setor. Conforme documento
legalmente definido:
"Ao ser sancionada, sem vetos, a Lei nº 13.005, de 25 de
junho de 2014, fez entrar em vigor o Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024
– o segundo PNE aprovado por lei.Na redação dada pelo constituinte, o
art. 214 da Carta Magna previu a implantação legal do Plano Nacional de
Educação. Ao alterar tal artigo, contudo, a Emenda Constitucional (EC) nº
59/2009 melhor qualificou o papel do PNE, ao estabelecer sua duração como
decenal – no texto anterior, o plano era plurianual – e aperfeiçoar seu
objetivo: articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e
definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar
a manutenção e desenvolvimento do ensino, em seus diversos níveis, etapas e
modalidades, por meio de ações integradas das diferentes esferas federativas.
Essas são as ações que deverão conduzir aos propósitos expressos nos incisos do
art. 214 da Constituição, quais sejam:
- Erradicação do analfabetismo;
- Universalização do atendimento
escolar;
- Melhoria da qualidade do ensino;
- Formação para o trabalho;
- Promoção humanística, científica e
tecnológica do país; e
- Estabelecimento de meta de aplicação
de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto”.
Referência:(Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras
providências. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2014. 86 p.
[Série legislação; n. 125]).
Indagações - Alun@s do curso de Pedagogia
Primeira indagação da turma de Pedagogia: Como estão postas essas ações integradas no PNE/2014-2024 para ter sido aprovado o “Novo Ensino Médio”?
Conclusão colaborativa(G-A)- "O "desgoverno"(linguagem da rede Facebook) utilizou o poder ilegítimo e conseguiu manobrar, desvalorizar e
vincular reformas arcaicas, antidemocráticas, impostas e de interesses
próprios. Temos como realidade pouco e vergonhoso recurso para educação e muito
para os banqueiros".
Segunda indagação: Que consequência essa decisão trará a nossa vida profissional?
Conclusão colaborativa(G-B)- Somos
afetados em duas dimensões: a primeira é no currículo, pois como profissionais
estamos totalmente envolvidos; e a segunda dimensão são as decisões do
desgoverno que aprova as leis sem compreender absolutamente nada sobre educação.
É um monte de criatura no congresso que não faz e tão pouco entende de
educação. E nós pagamos diariamente!
Intervenção docente: na dimensão e prática pedagógica o conhecimento e a educação não residem apenas no meio institucional escola, mas também entre outros âmbitos da prática pedagógica, como: ONGS, Clínicas, Hospitais, Comunidades, Projetos diversos, etc. Esses exemplos, compreendo que têm uma ação educativa através do currículo oculto. Aquele necessário à subárea de conhecimentos das relações de aprendizagem dos aprendizes que precisam ser compreendidos, não apenas pela cognição, mas também por considerar a dimensão de aprendizagem social e cultural em suas competências e habilidades. Contudo, não deixando de estar vinculado ao processo de aprendizagem como um todo. Considerando essa dimensão, como os grupos analisam o funcionamento do currículo
institucional?
Conclusão colaborativa (G- C)- uma manobra obrigatória engessada.
Conclusão colaborativa (G- D)- O mais agravante no
currículo são os modelos que replicam igualmente ao século passado. Para nós está claro e, tristemente já foi aprovado que o “Novo Ensino Médio” perpetuará um modelo
imposto. Não somos nós que decidimos, se quer fomos avisados.
Conclusão colaborativa (G- E)- O funcionamento do currículo nas instituições está nas duas afirmativas dos grupos C e D e ainda nos "mata" em duas condição: a primeira é que o currículo será sempre um modelo alicerçado no tradicional- Conteúdo, conteúdo e mais conteúdo. Aprender? Não. Decorar! Não precisa ser crítico. Basta ler, decorar, responder uma avaliação e pronto!
Conclusão colaborativa (G- F)- O grupo concorda com todos, mas tem algo a mais que ainda não foi falado, nem aqui na sala de aula, nem nos grupos on-line que estamos. Já viram como o governo ilegítimo propaga, e tem maior apoio da mídia, as vantagens desse bendito "Novo Ensino Médio"? Acessem as redes e analisem as discussões nos sites, twitter, facebook e tirem suas conclusões, mas, por favor, não assistam a Rede Globo! Que modelo real de “Novo Ensino Médio”
teremos?
Resumo da atividade colaborativa invertida:
Tendência
capitalista-liberal concorrencial e elitista-conservadora que imprime um
projeto de modernização. No estado ficará a desregulamentação e privatização;
desqualificação dos serviços e das políticas públicas e fortalecimento da
iniciativa privada com ênfase na competitividade de serviços e produtos.
Quem serão os “produtos robotizados”?
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Resposta lógica = "Jovens preparados" por profissionais de "Notório Saber"
(pesquisa em grupos- sala de aula presencial- laboratório de informática) |
Que conclusões chegamos após pesquisas e leituras em redes?
Como o governo ilegítimo propaga o
modelo de currículo do “Novo Ensino Médio”?
Projeto
de modernização em que o papel do estado será de bem-estar social- interventor,
regulador, organizador e planejador da economia, provedor do pleno emprego e do
crescimento da educação e saúde.
Na democracia? O ideal da democracia direta
discutido por Rousseau: governo do povo, pelo povo e por intermédio de um povo;
democracia político-social. Tudo isso é no discurso. Tudo Golpe!
Intervenção docente- Vamos refletir!
Se os currículos precisam ser
redimensionados, agregando temáticas relativas a questões de classe social,
etnia, gênero, gerações e outras, alicerçados nos princípios da cidadania e da
democracia. Onde ficou essa dimensão na proposta atual da aprovação do “Novo
Ensino Médio”?
PS: Por favor, se descobrirem onde está escrito na proposta eu agradeço o compartilhamento ou indicação.
A dúvida quanto ao currículo no “novo
ensino médio” permanece.
Como
dimensionar e agregar todas essas questões se a democratização do acesso e a
não-ampliação dos recursos para o ensino obrigatório das disciplinas foram
aniquilados? Como pensar uma construção ou reconstrução de escola pública
pensando a questão curricular alicerçado ao PPP, se na verdade tornou-se
insignificantes quanto a qualidade de ensino e, agora, precário para a população
mais necessitada?
Recentemente
fiz um “check up pedagógico” em meus arquivos de trabalhos desenvolvidos com
discentes do ensino médio, nas disciplinas pedagógicas filosofia, artes e
sociologia; e não posso negar o meu sentimento de indignação com essa
aprovação. Porque sabemos que o currículo propagado pelo governo é mais um "golpe"(concordo com vocês) a nos atingir grosseiramente.
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Relação da colaboração
Jovens Aprendizes do "Notório Saber"
(Busca Google do Grupo E e F) |
Teremos um modelo de formação para os jovens,
cuja meta será cumprida por profissionais com “notário saber”.
Seria entregas de
titulações de proletariados e zumbis?
Sim. Também concordo com as buscas e conclusões de vocês quando dizem: " professora, esses jovens estarão sendo preparados
para a forca".
Quando
teremos a oportunidade de contribuir lapidando, esculpindo, jovens cidadãos que
se tornarão futuros adultos ? Como intervir num esquema torturante de escravidão neurológica? A
pior prisão é a hemisférica, penso.
Como citou
Edgar Morin em
seu livro "Os Sete Saberes Necessários a Educação do Futuro" em torno do terceiro saber:
"Ensinar a Condição Humana", citando Werne Heisenberg:
[...]
Precisamos ensinar nas escolas a ideia da incerteza. Nossos alunos precisam
perceber essa fragmentação para avançar suas concepções. O conhecimento
científico nunca deve ser um produtor absoluto de certezas, ele deve ser
crivado pela ideia da incerteza. A incerteza seria o que comandaria a voz do
saber, o avanço da cultura (sem certezas), seria incorporar essa ideia nos
ensinos de Geografia, História, Filosofia, Línguas, Química, Física,
Matemática. Perceber que tudo que foi criado pelo homem é crivado pela ideia da
incerteza [...](MORIN,2004 apud WERNE ,1927).
Portanto, cabe refletirmos...
"E quanto às decisões do governo ilegítimo que
nos afetam direta e indiretamente?"
"No
país em que a sigla “STF” é
transformada em forma de chacota para “Sugestivo
Tribunal Federal”; ou seja, se der deu, se colar colou e se rolar rolou. O
Brasil conseguiu ser o único país em que o tribunal não decide, apenas
sugestiona. Na fase mais irônica do que podemos supor vou parafrasear o ator
Fábio Porchat sobre as decisões atuais do STF":
[...] "Gente desculpa, se não for pedir muito e se der, a gente acha que não, mas se
não der, tudo bem, e se for, a gente não quis atrapalhar" [...].
"No
Brasil, bandido bom é aquele que vive engravatado no poder e merece todo o
respeito do STF. Nossa situação é tão séria que os bandidos engravatados estão
agradecendo a compreensão e determinando a estadia nos poderes. Até
quando? "
"Uma situação dessas já nos diz muito do passo horrendo e desastroso
que estamos inseridos, graças aos nossos governantes corruptos.Quem
se atreverá ir contra aos grupos de corruptos engravatados, senão nós que lutamos por melhoria na educação? Como o professor poderá
criar formas e até cenários de aprendizagem se as comunicações estão a
favor de um sistema corrompido em todas as esferas?"
Intervenção-Contextualizando a dimensão do
currículo e das decisões.
Estamos
vinculados num cenário antidemocrático onde nem os modelos aprovados sejam dos
PNEs da vida, entre outros, parece-nos que não terão respaldos. Só perpetuarão as conivências,
pois temos um governo que além de golpista consegue estar dessincronizado com o
digital.
Nos resta a pensar e indagar se a “Pedagogia Libertadora”, a inimiga da “Pedagogia
Bancária”, tão bem conduzida por Paulo Freire, em toda à sua luta por uma
educação de qualidade, onde nos convida a sermos transformadores autônomos, agora ficará na inércia; ou no conformismo daqueles que acreditam na máscara
imposta e propagada do “NOVO Ensino Médio”?
Como
pensar numa perspectiva de avanços com esse “novo ensino médio” se a
perspectiva crítica, a organização política, ideológica e cultural em que
indivíduos e grupos de diferentes interesses, preferências, crenças, valores e
percepções da realidade que mobilizam poderes e elaboram processos de
negociação, pactos e enfrentamentos estão sendo recolocadas, conforme
aprendemos historicamente, no modelo da tradição greco-romana.
Vivemos um período doentio de
desvalorização da formação profissional. Em que a pauta principal é o famoso "notório
saber" (marca registrada da aprovação). Como não se inquietar com o
percurso de aprendizagem dos jovens da geração atual?
O
“notório saber”, divulgado como primordial na nova proposta nos reporta a ideia
antepassada da "nova" classe, a burguesia, que contratava
“professores leigos” nomeados pelo Estado, cujo objetivo era ensinar coisas
práticas da vida, isto é, para os interesses da nova classe que emergia.
O que
podemos supor é que a Escola atende historicamente os interesses de quem a
controla. Ou será que estamos enlouquecendo com tantas teorias acadêmicas?
Considerações finais
Nesse
terreno corrompido parece-me que nos resta ocupar os movimentos diversos, reestruturar
e afrontar os desafios impostos antidemocraticamente, estruturar novos desafios[relacionar o que priorizamos no processo],
buscar e potencializar contribuições para visibilidade nas diversas
possibilidades digitais midiáticas e transmidiáticas [nosso fortalecimento continua sendo as possibilidades do digital]; fortificando e estruturando
as dimensões que pretendemos alicerçar na prática, visando encontrar, definir metas e formas
estratégicas de nos libertar.
Como
afirmava Frederich Engels: “A liberdade
é necessidade reconhecida”.